quinta-feira, maio 04, 2006

maio II

Antecipei-me ontem. Falei antes do tempo. "Maio começou bem". Tinha começado. Ainda era só dia 3. Antecipei-me, definitivamente. E já eram 17:56...
O que eu mais temia sucedeu. A pessoa de quem eu gosto (que amo... porque não dizê-lo?) já não está só.
É doloroso realizar isso. "O amor é um lugar estranho"...
Não existiam opções. A distância é algo inultrapassável. Estava consciente que, mais tarde ou mais cedo, isto tinha de acontecer.
Foi um ano de uma espécie de namoro à distância. Doloroso, sofrido (quero acreditar que da outra parte também o foi). Foi em Maio do ano passado que nos conhecemos. A consciência da distância esteve sempre presente. A tentativa de afastamento também. Eram sempre tão difíceis os momentos da partida. Esses momentos existiram 3 vezes: no final do verão, no fim das férias do Natal e, agora, no final das férias da Páscoa.
O mês de Julho do ano passado foi, sem dúvida, o mês mais feliz da minha vida. Depois de um jantar tranquilo e de um passeio à beira doTejo, beijámo-nos pela primeira vez. Nunca tinha sentido o que ele me fez sentir... E foi mesmo ali... um pouco na sombra, a medo, com a Ponte Vasco da Gama por cima. Parece ridículo e lamechas contado assim, mas foi o momento mais intenso da minha vida (poderão pensar, por isso, que a minha vida não tem sido lá muito engraçada... eheheheh... talvez tenham razão, não sei!). Deixei de ter medo. Durante o mês de Julho estivémos juntos algumas vezes. Foi sempre tão bom. As conversas que fluiam. As bocas que se tocavam. Os corpos... Eu gosto dele. Ele também gostava de mim. Tenho a certeza!
Durante o mês de Agosto começa a primeira tentativa de afastamento. Era difícil, eu sei. Mas eu estava disposto a tudo. Só teríamos de esperar um ano, o que talvez não fosse pouco...
Em Outubro, à volta dos dias dos nossos aniversários existia, aparentemente, outra pessoa. Sofri. Mas tinha de aceitar (não sei se aceitar é o termo correcto... mas foi o que fiz).
Regresso no Natal. Queria estar com ele. Matar saudades... Redescobri-lo. Estivémos juntos uma única vez. Porque não estivémos mais vezes... não o sei. Só sei que adoraria que nos tivéssemos encontrado uma vez, uma única vez, mais. Queria partilhar com ele as minhas dúvidas, as minhas angústias... a minha vida. Não foi possível. O afastamento (o segundo)pareceu-me definitivo. Optei...
O afastamento durou até há cerca de um mês meio. Voltámos a falar. Queríamos estar juntos de novo.
Voltei na Páscoa. Tivémos uma tarde de Sexta-Feira Santa que nunca vou esquecer durante toda a minha vida. Estava um dia cinzento, mas o que tive com ele foi uma luz intensa. Conversámos. Percebi que ele gostava de mim... Mas voltou a haver novo afastamento.
Chegámos ao dia 3 de Maio e pufff... Ele está com outra pessoa. Sinto-me triste. Muito.
Mas tenho de perceber. Segundo ele, eu fiz a minha opção. Não é verdade...
Aquilo que eu desejo é que ele seja feliz. É alguem de extraordinário. Frio por vezes. Mas se calhar tinha de o ser. Eu não conseguiria. Mas ele conseguiu-o. Julgo não ser merecedor disto... mas "that's life"...
Nunca te vou esquecer P...

1 Comments:

Blogger caracteresdifusos said...

Esse teu post tocou todo o meu ser, mexeu imenso e uma lágrima caiu. É lindo demais o que escreves, muito profundo... imenso. Depois de ter escrito o meu post, sinto-me vazio, sinto que perdi o que mais gostava e que nada há a fazer... não tenho palavras para dizer o quanto gostava dele. Todas as palavras não existiriam... ainda que entenda, porque agora está com outra pessoa, o que mais lhe desejo é que seja realizada a sua vontade, que seja feliz. Continuarei sempre a gostar muito dele e o texto que escrevi não passou de um desabafo. Uma vez mais obrigado pelas tuas palavras. Abraços e continua a escrever.

1:23 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home