domingo, junho 19, 2005

...o inevitável...

No jogo das relações humanas eu saio sempre perdedor. Não sei jogar!
...ou se jogo, tenho a sensação que jogo para perder...
...Déja vu...
Mas o pior é sentir que também faço perder as outras pessoas...
Eu não sei viver. É triste chegar a esta conclusão, mas parece-me incontornável.
Não assumo... não consigo assumir... iludo-me... iludo, talvez... parece que vou conseguir... e puff... tudo escapa de novo!
Entusiasmo-me... entusiasmo os outros.
Faço isto às pessoas que mais se aproximam de mim... Não gosto de as fazer sofrer... mas é o que acontece.
Serei uma má pessoa? Tento pensar que não sou... (mais uma ilusão?)
Vejamos o caso de Y. Alguém solitário, com dificuldade em se aceitar a si própria. Teve o azar de se aproximar de mim. É, claramente, a pessoa de quem estou mais próximo aqui no Luxemburgo. Mas ela não me conhece: não me consegui abrir o suficiente. Iludiu-se comigo... iludiu-se, talvez, com este L., que não é o L. ... mas que também não deixa de o ser...
Estou triste... vou perdê-la. Era inevitável!
Sou assim: uma espécie de fogueira onde quem se aproxima se queima.
Outro caso: B. Diferente, esta situação. Alguém que conheci imediatamente antes de vir para o Luxemburgo. Demasiado parecido comigo. As mesmas vivências, os mesmos medos, a mesma timidez. Foi diferente. Afastou-se (julgo eu) porque eu (incrível) me tentei aproximar. Assustou-se, sem dúvida. Inevitavelmente fui perdendo...
Caso mais recente: P. Houve uma espécie de encantamento mútuo (estarei enganado?). Alguém arrumado, transparente, que me tranquilizava (tranquiliza...). Um jantar, uma conversa, uma certa proximidade. Foi muito bom o que me fez (faz) sentir. Mas estou a afastá-lo.
Sinto-me fraco. Sinto-me perdido.
Será que vai (vou) ser sempre assim?
Cada vez mais estou convencido que sim.
Não fui feito para amar. Não me consigo entregar. Isso faz com que não consiga receber.
Inevitável...

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tu tentas sempre fugir de ti mesmo, afastas-te de ti; tem sido como que um procedimento inato.

Sabes às vezes temos uma hora para apanhar o barco, o cruzeiro que pode ser bom ou mau, mas temos de tomar posições; caso contrário ficamos no porto... a olhar o barco rasgar as águas.

A vida é assim...

P.

12:47 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

As tuas dúvidas são as tuas certezas... Por isso, estás a meio do caminho para mudar aquilo que achas que pode estar errado.
E nunca é tarde para tentar outra, e outra, e mais outra vez... É isso que eu acho que é verdadeiramente viver.
E não temos que ser necessariamente aquilo que as pessoas esperam de nós.
Porque não tentas um dia fechar os olhos e seguir apenas as sensações e emoções, deixando o teu lado hiper racional de lado? Não é uma promessa de que vais chegar ao relacionamneto ideal, mas vais aboradr as coisas por outro prisma.

Digo eu... :-s

9:15 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Do inevitável não se foge... o inevitável, por definição, acaba sempre por acontecer... O que é pena é que a maioria das coisas sejam "evitáveis"... pelo menos as coisas que consideramos boas e queremos muito que aconteçam!

Como te diz o P., amigo, não fiques a ver o barco rasgar as águas, luta por ti e pelo que queres ter! Quem te ama vai estar sempre do teu lado. Como disseram há mtos anos à minha mãe "quem ama não enjeita" e é bem verdade.

Encontra-te a ti mesmo e encontrarás os outros!

Um grande, grande, grande abraço,

Charlie Brown

4:15 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Nem tudo o que parece arrumado e transparente é realmente assim... Há sempre outros interesses.

5:38 da manhã  

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